Drogas ilícitas na Lagoa da Conceição: cocaína e antibióticos encontrados
Contaminantes emergentes na Lagoa da Conceição
Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou a presença de 35 contaminantes emergentes na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Entre eles, foram identificados cafeína, antibióticos, analgésicos e cocaína. A maior concentração foi encontrada próxima à estação de tratamento da Lagoa de Evapo Infiltração (LEI), da Casan.
Resultados da pesquisa
Os contaminantes emergentes são produtos de uso diário, como cosméticos e medicamentos. O estudo, que contou com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Fundação de Amparo à Pesquisa, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), detectou metabólitos de drogas ilícitas, incluindo a benzoilecgonina, um marcador do uso de cocaína.
Impacto ambiental e saúde pública
A pesquisa começou após um rompimento na lagoa de tratamento em fevereiro de 2021, que causou inundações. A professora Silvani Verruck, responsável pelo estudo, destacou a necessidade de monitorar os contaminantes, que podem afetar a saúde e a biodiversidade local. A cafeína foi o contaminante mais concentrado, seguida por antibióticos como ciprofloxacina e clindamicina.
Riscos para a biota local
Os pesquisadores avaliaram os riscos ecotoxicológicos e encontraram potenciais danos significativos aos organismos aquáticos. Compostos como diclofenaco e cafeína apresentaram riscos tanto agudos quanto crônicos. A presença de contaminantes pode comprometer a saúde de peixes e outros animais aquáticos.
Propostas para mitigação
A pesquisa está em fase final e pode influenciar discussões sobre regulação ambiental e saneamento básico. O laboratório da UFSC desenvolveu um sistema de destilação de água a base de luz solar, o REACQUA, que mostrou resultados promissores na remoção de contaminantes.